O presidente russo Vladimir Putin teria ordenado o ataque com a substância neurotóxica Novichok contra o ex-espião russo Sergei Skripal, que atuava na Inglaterra, em 2018. Skripal e sua filha Yulia foram encontrados inconscientes em um banco público na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, após terem tido contato com o veneno ao tocarem na maçaneta da residência ao saírem do imóvel. O caso levou à hospitalização de Skripal e sua filha, além da morte de uma mulher, Dawn Sturgess, de 44 anos, que morreu por exposição ao veneno após seu parceiro encontrar uma garrafa de perfume falsificada que os espiões haviam usado para contrabandear o agente químico para o país.

Um relatório elaborado pelo ex-juiz da Suprema Corte do Reino Unido, Anthony Hughes, concluiu que as equipes oficiais russas tentaram assassinar o agente, que teria vendido segredos do país para o Reino Unido. Hughes apontou que o nível de risco da operação só poderia ter sido autorizado pelo mais alto escalão russo, ou seja, pelo presidente em exercício Vladimir Putin. O ex-juiz também destacou que os agentes que aplicaram o veneno descartaram a garrafa utilizada sem considerar o perigo, o que poderia ter causado a morte de milhares de pessoas. Três suspeitos russos foram formalmente acusados de envolvimento no caso. Além das acusações, o governo britânico aplicou novas sanções contra a agência de inteligência da Rússia e convocou o embaixador para discutir o que classificaram como “uma campanha em curso de atividade hostil”.

A substância neurotóxica Novichok foi desenvolvida pela União Soviética entre as décadas de 1970 e 1980 e é considerada uma das armas químicas mais tóxicas e difíceis de identificar. O veneno pode ser produzido em forma líquida ou em pó, aumentando a versatilidade na forma de aplicação. Skripal faleceu quatro meses após a exposição ao veneno. A existência do Novichok só foi revelada em 1990, quando o químico Vil Mirzayanov revelou o segredo à imprensa. Posteriormente, ele fugiu para os Estados Unidos, onde publicou a fórmula química em um livro.

O caso do envenenamento de Skripal e sua filha gerou grande repercussão internacional e levou a uma deterioração nas relações entre a Rússia e o Reino Unido. O governo britânico tomou medidas para aumentar a segurança e proteger a população de possíveis ataques químicos. A investigação sobre o caso continua, e as autoridades britânicas seguem trabalhando para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no ataque.

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