O Banco Popular da China (PBOC) aumentou suas reservas de ouro pelo 13º mês consecutivo, acumulando 30 mil onças-troy no mês passado, o que totaliza cerca de 74,12 milhões de onças-troy. Este movimento sinaliza a busca da China por maior influência financeira e protagonismo no mercado global de ouro. O atual ciclo de compras começou em novembro de 2022 e reflete uma estratégia de diversificação das reservas internacionais do país.
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A decisão do PBOC de adquirir mais ouro está relacionada ao contexto econômico global, marcado por incertezas e mudanças nas políticas monetárias. O ouro vem se consolidando acima da marca de US$ 2.000 por onça e caminha para seu melhor ano desde 1979. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduza os juros na reunião de dezembro tem apoiado o metal, enquanto o mercado também prevê que o próximo presidente do Fed adote uma postura mais dovish na política monetária. Com juros mais baixos, o retorno dos Treasuries, os títulos de dívida dos EUA, diminui, e o dólar tende a enfraquecer, tornando o ouro relativamente mais atraente para investidores.
As compras de ouro por bancos centrais ao redor do mundo aceleraram em outubro, após uma pausa no meio do ano, segundo o World Gold Council. As aquisições começaram a ganhar força após a invasão da Ucrânia pela Rússia e o congelamento das reservas externas de Moscou, já que o ouro também funciona como importante reserva de valor. O PBOC também passou a oferecer a outros bancos centrais o serviço de armazenar suas reservas de ouro na China, atraindo alguns interessados, incluindo o Camboja. Esse movimento pode ser visto como uma estratégia para aumentar a influência da China no mercado financeiro global e fortalecer sua posição como um centro financeiro.
Esse cenário econômico reflete uma mudança nas estratégias dos bancos centrais em busca de ativos seguros e com valor de reserva. A contínua compra de ouro pela China e outros bancos centrais pode influenciar a dinâmica do mercado de metais preciosos e a configuração das reservas internacionais. O ouro, historicamente, é visto como uma proteção contra inflação e desvalorização das moedas, o que pode estar por trás da decisão de acumular mais desse metal. Enquanto isso, a política monetária nos EUA e em outros países continua moldando os mercados financeiros globais, influenciando desde o preço das commodities até a atratividade de diferentes ativos para investidores. A diversificação das reservas e a busca por mais segurança e liquidez são trends que continuam a nortear as decisões dos bancos centrais no cenário econômico global atual.