O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está pronto para reunir-se nesta quarta-feira para decidir sobre a taxa de juros Selic, que atualmente está em 15% ao ano. Economistas da XP e da Santander Asset Management compartilham a expectativa de que a taxa permaneça intacta, pois consideram que o ambiente econômico ainda é cauteloso e que não há espaço para um ciclo de cortes de juros. Mesmo com a desaceleração da atividade económica e um quadro inflacionário mais benigno, eles afirmam que há motivos suficientes para não antecipar cortes da Selic.
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O contexto econômico atual é marcado pela inflação, que ainda está moderadamente alta, apesar do arrefecimento recente. Essa situação é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a aceleração das despesas dos consumidores, o aumento dos preços das commodities e a pressão dos preços nos mercados internacionais. Além disso, a desaceleração da atividade económica pode ser interpretada como um sinal de que a economia está enfrentando dificuldades para crescer de forma sustentável. Isso significa que o Copom pode estar mais cauteloso em ajustar a taxa de juros, a qual é considerada uma das principais ferramentas para controlar a inflação e estimular a atividade económica.
A opinião dos economistas da XP e da Santander Asset Management também leva em conta o movimento do Federal Reserve, o banco central americano. Se o Federal Reserve confirmar cortes de juros no início do próximo ano, isso pode reduzir a pressão sobre os bancos centrais de países emergentes, incluindo o Brasil, permitindo-lhes ajustar suas taxas de juros de forma mais segura. Por outro lado, também há riscos vindos do mercado global de tecnologia, especialmente o avanço acelerado das empresas ligadas à inteligência artificial e o aumento do crédito nesse setor, que podem influenciar a postura dos bancos centrais.
A previsão predominante é de que o mercado trabalhe com março de 2026 como o ponto de partida mais provável para a flexibilização monetária. A projeção é de um corte de 0,50 ponto percentual na reunião de março, apesar de alguns analistas reconhecerem a chance (ainda que menor) de um ajuste já em janeiro. O que ocorrer depois das eleições de 2026 será determinante para o ciclo de ajuste previsto, estima-se que a taxa possa cair entre 2,00 e 3,00 pontos percentuais ao longo de 2026, dependendo do novo ambiente político.