O BNDES investiu R$ 1,05 bilhão em uma ferrovia de 86,7 km que irá escoar a produção de celulose da Eldorado, empresa controlada pelo grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, também donos da JBS. A ferrovia irá interligar a fábrica da Eldorado em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, a um terminal da companhia em Aparecida do Taboado (MS), que está conectado ao corredor logístico que liga Rondonópolis (MT) ao Porto de Santos (SP). Com isso, será possível substituir o uso de 50 mil caminhões na produção de celulose da empresa, reduzindo custos e emissões de CO2.
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A construção da ferrovia é um projeto inédito do BNDES sob regime de autorização ferroviária, quando o projeto é proposto pela iniciativa privada em vez de ser licitado pelo poder público. A empresa que irá construir a ferrovia será a Eldorado, que fará um empréstimo de R$ 1 bilhão em debêntures de infraestrutura e mais R$ 50 milhões por meio da linha Finem (Financiamento a Empreendimentos) do BNDES. Durante a implantação do projeto, a estimativa é a geração de mais de 3 mil empregos diretos e indiretos.
Com a implantação da ferrovia, a Eldorado pretende reduzir os custos logísticos e aumentar a competitividade da celulose brasileira em um setor que ocupa a liderança mundial, com cerca de 24,3 milhões de toneladas de produção anual. Acelerar a logística da empresa irá proporcionar uma economia com os meios de transporte e diminuir a emissão de gases com efeito de estufa. Em contrapartida, é sabido haver uma demanda em crescimento do mercado mundial por produtos relacionados à produção de celulose; no entanto, se o produto nacional ficar longe de competir em termos de preço e qualidade, o mercado será absorvido por outros países, diminuindo a demanda no futuro.