O mercado brasileiro de automóveis recentemente passou por um impactante surto de expansão com a chegada de 11 novas marcas chinesas ao Salão do Automóvel em São Paulo, totalizando 50% das montadoras presentes. Este número não é distante da proporção observada no Salão de Xangai, onde as montadoras da China compunham 70% dos estandes. De 2023 a 2024, a participação de carros chineses entre as vendas zero km no Brasil cresceu de 2,3% para 6,6%, e agora atinge 9,1% graças à expansão de BYD, GWM e Chery.
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As implicações operacionais dessa expansão são significativas, com cinco novas montadoras chegando, incluindo GAC, Geely e Leapmotor, nos últimos meses. Além disso, outras cinco novas marcas foram anunciadas, incluindo Jaecoo (da Chery), Denza (da BYD) e Avatr (da Changan). Contando a presença de marcas que já circulam e as anunciadas, há agora 19 marcas chinesas presentes no mercado brasileiro. A abertura desse mercado representa uma oportunidade única para as empresas chinesas expandir suas operações e alcançar novas clientelas.
No entanto, a expansão também apresenta riscos, tanto para as empresas chinesas quanto para o mercado brasileiro. A competição intensificada pode levar a uma queda nos preços, impactando a margem de lucro das montadoras. Além disso, a presença de tantas marcas novas pode causar confusão entre os consumidores, tornando difícil que elas se estabeleçam no mercado. Por outro lado, a expansão pode também significar a injeção de tecnologia, inovação e investimento no setor automotivo brasileiro, contribuindo para o desenvolvimento de novas áreas de crescimento.
A China é o maior mercado global de automóveis, e suas montadoras estão agora explorando outras regiões, incluindo a União Europeia, o Brasil e a própria China. Na união europeia, as montadoras chinesas estão tendo sucesso, enquanto que nos Estados Unidos, eles enfrentam obstáculos de protecionismo, com a imposição de elevadas tarifas para carros elétricos e híbridos provenientes da China. Na Índia, a questão é mais complexa, com uma taxa de importação proibitiva para muitas marcas, enquanto no Japão, a falta de fábricas estrangeiras e a fidelidade às marcas locais torna difícil a expansão das montadoras chinesas.