A concessão de Pernambuco, que inclui Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Fernando de Noronha e dezenas de municípios do interior do Estado, é vista como um evento binário para a BRK, oferecendo não apenas escala, mas também sinergia com a operação já existente de esgotamento sanitário na Região Metropolitana do Recife, onde atua desde 2013. A empresa já opera uma Parceria Público-Privada (PPP) de esgotamento sanitário na região, o que reduz riscos de execução. Com essa vitória, a BRK ganha uma nova história para apresentar aos potenciais investidores interessados no IPO, mas enfrenta um cenário competitivo, com a concorrente Aegea também com planos de abrir capital e a privatização da Copasa.

No setor de saneamento, a BRK não é vista como a escolha mais óbvia para reabrir a janela de ofertas de ações no Brasil, devido aos desafios operacionais ainda presentes e à concorrência. A empresa herdou um ativo que exigiu muito investimento para ser reorganizado, passando por um esforço de limpeza reputacional e de compliance para tornar a empresa novamente aceitável aos olhos do mercado. Embora seja uma empresa mais organizada do que no passado, ainda está em processo de convencimento do mercado. A reestruturação foi essencial para melhorar sua governança e perfil financeiro, mas a empresa precisa agora demonstrar sua capacidade de execução em grande escala.

A BRK Ambiental agora enfrenta o desafio de executar o projeto em Pernambuco e de convencer os investidores de sua capacidade de crescimento e rentabilidade. Com uma base de clientes relevante adicionada e sinergias geradas, a empresa busca mudar seu patamar e atrair investidores para seu IPO. O sucesso dependerá de sua capacidade de superar os desafios operacionais e de competir em um mercado cada vez mais dinâmico.