A pesquisa divulgada pela Datafolha indica que a maioria da população brasileira associa o presidente Lula à esquerda, com 56% dos entrevistados apontando-o como o principal líder do campo progressista. Por outro lado, apenas 35% reconhecem o ex-presidente Jair Bolsonaro como o maior nome da direita brasileira, o que revela uma maior concentração da esquerda na figura política de Lula. A pesquisa também mostra que a esquerda apresenta maior consenso, enquanto a direita se fragmenta em diversos expoentes após a prisão de Jair Bolsonaro.

É necessário se considerar o contexto institucional e as posições políticas dos principais atores envolvidos. A esquerda brasileira sempre esteve associada à figura política do presidente Lula, que é considerado um líder carismático e popular. Ele liderou o Brasil nos períodos de 2003-2010 e voltou ao poder em 2023. Em contraste, a direita brasileira sempre teve dificuldade em unir-se em torno de um único líder. A prisão de Jair Bolsonaro após o termo do seu mandato como presidente contribuiu para essa fragmentação. Alguns políticos da direita, como Flávio Bolsonaro, tentam capturar o apoio das siglas da direita para a próxima eleição, mas outros partidos, como Republicanos, podem optar por uma candidatura própria.

A consequência prática dessa fragmentação é que a direita não tem um nome forte para disputar a eleição presidencial. A pesquisa mostra que 36% dos entrevistados não souberam apontar um nome como maior líder da direita. Em contraste, a esquerda tem um nome consagrado como Lula, o que pode ser uma vantagem significativa para a esquerda. A pesquisa também mostra que alguns políticos da direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, têm algum reconhecimento, mas não são considerados líderes fortes da direita. Consolidação da liderança do presidente Lula é um fato político relevante no Brasil, principalmente em meio a essa fragmentação da direita.