A Suprema Corte do Estado de Delaware, nos Estados Unidos, decidiu que o empresário Elon Musk tem direito a receber um pacote de remuneração de cerca de US$ 140 bilhões, o equivalente a quase R$ 780 bilhões, como parte de seu acordo de compensação como CEO da Tesla. A decisão, unânime entre os cinco juízes do tribunal, revoga parcialmente uma decisão anterior que considerava que Musk havia influenciado indevidamente os membros do conselho da empresa ao estabelecer o plano de remuneração. O pacote de remuneração, estabelecido em 2018, foi considerado o maior da história corporativa americana na época e foi aprovado pelos investidores da Tesla em duas ocasiões.

O plano de remuneração de Musk estava suspenso desde que um investidor com apenas nove ações da Tesla conseguiu barrá-lo na Justiça de Delaware. A juíza-chefe da Corte de Chancelaria, Kathaleen St. J. McCormick, havia decidido que os diretores da Tesla tinham laços estreitos demais com Musk, o maior acionista da empresa, para definir sua remuneração de forma adequada. No entanto, os juízes da Suprema Corte de Delaware concluíram que cancelar totalmente a remuneração de Musk deixou-o sem compensação por seu tempo e esforços ao longo de seis anos. A decisão também apontou que o conselho da Tesla estava repleto de conflitos de interesse ao estabelecer o pacote de pagamento para Musk.

A decisão tem implicações significativas para as práticas de governança corporativa nos Estados Unidos. Segundo Charles Elson, professor aposentado da Universidade de Delaware e fundador do Weinberg Center for Corporate Governance, a decisão serve como um alerta para os conselhos de administração de que precisam ter um processo de remuneração livre de conflitos de interesse para passar pelo crivo judicial. O pacote de remuneração de Musk foi estabelecido em um momento em que a ação da Tesla estava avaliada em cerca de US$ 20 e subiu para perto de US$ 500 nos últimos sete anos. A decisão da Suprema Corte de Delaware não apenas restaurou o direito de Musk ao pacote de remuneração, mas também destacou a importância de uma governança corporativa mais transparente e justa.

Exit mobile version