A recomendação de dormir de sete a nove horas por noite é amplamente aceita pela comunidade científica como a quantidade ideal para um adulto ter um descanso verdadeiro. Além disso, acordar na mesma hora todos os dias, incluindo fins de semana, é considerado essencial para manter o ritmo circadiano em equilíbrio. No entanto, a realidade muitas vezes impede que isso aconteça, o que leva as pessoas a buscar alternativas para compensar a falta de sono. Uma dessas alternativas é a prática conhecida como “estocar” horas de sono, também denominada “extensão de sono” na literatura científica. Esse conceito refere-se à implementação de um máximo de horas de sono possível para aumentar a resiliência em períodos de sono insuficiente.
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A ideia de “estocar” sono pode ser útil para pessoas com horários de trabalho não-tradicionais ou outras limitações que restrinjam suas possibilidades de dormir adequadamente. Profissionais como médicos, enfermeiras e autoridades policiais, que frequentemente têm turnos de trabalho irregulares, podem se beneficiar dessa prática. A especialista Rebecca Robbins, professora assistente na Escola de Medicina de Harvard, afirma que essa técnica é usada para manter esses profissionais alertas o suficiente para cumprirem suas funções. Além disso, estudantes antes de provas importantes e profissionais prestes a entrar em semanas críticas de trabalho também podem se beneficiar do “estocar” de sono. No entanto, é fundamental abordar essa prática com cuidado, pois ela não é adequada para todos e deve ser utilizada de maneira estratégica.
Os mecanismos por trás do “estocar” de sono envolvem a capacidade do corpo de armazenar sono em excesso para utilização futura. Isso significa que, ao dormir mais do que o necessário em determinados momentos, o corpo pode “armazenar” essas horas extras para usar em períodos de sono insuficiente. No entanto, é crucial não exceder os limites, pois dormir demasiado também pode ter consequências negativas para a saúde, como o aumento do risco de doenças cardíacas e obesidade. Além disso, a prática de “estocar” sono não deve ser vista como uma solução a longo prazo para problemas de sono, mas sim como uma estratégia de curto prazo para situações específicas. É importante lembrar que a qualidade do sono também é fundamental, e não apenas a quantidade, para garantir um descanso verdadeiro e restaurador.
A prática de “estocar” sono, embora possa ser útil em certas situações, não é uma solução milagrosa para a falta de sono crônica. É fundamental abordar os problemas subjacentes que levam à privação de sono, como hábitos de vida saudáveis, ambiente de sono favorável e gerenciamento do estresse. Além disso, é essencial estar ciente dos limites e possíveis riscos associados ao “estocar” de sono, como a interferência nos ritmos circadianos e a potencial dependência de dormir excessivamente. Ao compreender os mecanismos e as implicações dessa prática, é possível utilizá-la de forma eficaz e segura, melhorando a qualidade do sono e, por conseguinte, a saúde e o bem-estar geral.