Imigração nos EUA ameaça separar famílias para cumprir meta de deportação do ex-presidente Trump*

O Governo dos Estados Unidos está a ameaçar a separação de famílias de imigrantes para atingir a meta de deportações estabelecida pelo ex-presidente Donald Trump. Em um caso notório, as autoridades de imigração do país apresentaram a Kelly e Yerson Vargas, uma família de imigrantes colombianos que se encontram detidos em um centro de detenção no Texas, uma escolha difícil: aceitar a deportação para a Colômbia ou correr o risco de serem acusados de um crime e separados de sua filha de 6 anos, Maria Paola. Os Vargas resistiram a partir das ordens de deportação, tendo enviado pedidos de visto como vítimas de tráfico humano, afirmando terem enfrentado trabalho forçado e ameaças de morte de membros do cartel no México enquanto transitavam para os EUA. A ameaça de separar a família ilustra a vasta repressão à imigração do ex-presidente Trump.

Essas táticas incluem ameaças de sentenças de prisão por resistir a uma ordem de deportação ou cruzar a fronteira ilegalmente – crimes que anteriormente raramente eram processados e levariam à separação dos filhos. Além disso, a detenção prolongada sem oportunidade de buscar a libertação e a deportação para países terceiros distantes são utilizadas para pressionar os imigrantes a aceitarem as deportações. A Reuters conversou com 16 advogados de imigração e outros profissionais da área para conhecer a perspectiva de quem lidou com essas situações. O uso dessas táticas tem sido crescente sob a administração do ex-presidente Trump.

Os números são alarmantes. Segundo a Reuters, em 10 anos, 2,6 milhões de famílias de imigrantes foram separadas no país. O governo Trump apoiou a ideia de usar as táticas duras para forçar os imigrantes a aceitar as deportações. “Estamos usando todas as ferramentas disponíveis. Tudo o que estamos fazendo é legal”, disse o czar da fronteira da Casa Branca, Tom Homan. Os advogados de imigração relatam que as famílias de imigrantes que resistem às ordens de deportação correm o risco de enfrentarem prisão e a separação dos seus filhos. É comum ver imigrantes sendo forçados a decidirem entre a deportação de volta para seu país de origem ou enfrentar possíveis condenações e perdas familiares.

Os Vargas optaram por abandonar seus pedidos de visto e embarcar em um voo de deportação em novembro. Com a sua decisão, Maria Paola foi colocada em um sistema federal de abrigo para crianças imigrantes desacompanhadas. A história dos Vargas ilustra como as táticas agressivas do governo dos Estados Unidos podem afetar a vida de imigrantes em todo o país.