A economia brasileira está prevista para desacelerar em 2026, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 2%, o que representa uma queda de 0,2 ponto porcentual em relação à taxa prevista de 2,2% para 2025. No entanto, alguns fatores podem mitigar essa desaceleração, como a isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil e a incerteza em torno da política monetária, especificamente a trajetória da taxa Selic. A isenção do IR pode aumentar o PIB em 0,26 ponto porcentual, enquanto a queda dos juros pode ter um impacto incerto, mas potencialmente significativo.

A desaceleração do crescimento econômico em 2026 é atribuída a vários fatores, incluindo um menor carrego estatístico, uma menor contribuição da agricultura e uma desaceleração do mercado de trabalho. A agricultura, que teve um impacto de 0,5 ponto porcentual no PIB em 2025, deve ter um efeito menor em 2026. Além disso, o mercado de trabalho já começa a mostrar sinais de perda de fôlego. A inflação corrente e as expectativas inflacionárias também são fatores importantes a serem considerados, pois influenciam a política monetária e a trajetória da Selic. O economista-chefe da G5 Partners, Luís Otávio de Souza Leal, destaca que o Banco Central (BC) deveria conduzir a política monetária com base nas perspectivas inflacionárias, e não apenas na inflação corrente.

No entanto, a incerteza em torno da política monetária e a eleição presidencial podem interromper o canal das expectativas e afetar a trajetória da inflação. A experiência recente mostra que as expectativas inflacionárias podem mudar rapidamente em resposta a eventos políticos e econômicos. Por exemplo, logo após a eleição presidencial de 2022, a inflação prevista para 2025 aumentou de 3% para 3,5%. Atualmente, a expectativa do mercado para 2028 é de 3,5%, o que sugere que a inflação corrente pode ser uma referência importante para o BC. A inflação e a política monetária terão um papel crucial em determinar o crescimento econômico em 2026.

Em resumo, a economia brasileira está prevista para desacelerar em 2026, mas alguns fatores, como a isenção do Imposto de Renda e a incerteza em torno da política monetária, podem mitigar essa desaceleração. A trajetória da Selic e a inflação corrente serão fundamentais para determinar o crescimento econômico no próximo ano.

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