O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, registrou uma queda de 4,25% nesta sexta-feira, após o ex-presidente Jair Bolsonaro indicar seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, como seu “candidato oficial” para as eleições de 2026. Esse movimento revelou uma divisão na direita e aumentou a incerteza sobre a articulação política da oposição, levando a um ajuste generalizado de preços no mercado. A indicação de Flávio Bolsonaro como candidato oficial pode facilitar o caminho para a reeleição do presidente Lula, cenário que o mercado não gostaria de ver, dado o desapego do atual governo pelo controle dos gastos públicos.

A reação do mercado se deve ao fato de que Bolsonaro tem um eleitorado cativo e pode transferir votos para o filho, o que pode tornar mais fácil a reeleição de Lula. Isso, por sua vez, pode levar a um cenário de juros em níveis altos, pois o mercado não vê um controle efetivo dos gastos públicos. Os contratos de juros futuros dispararam, com todos os vencimentos entre 2027 e 2033 acima dos 13%. Com juros altos, a renda variável sofre, levando a uma queda na bolsa de valores. Além disso, parte dos investidores aumenta sua posição em dólar, o que levou a uma alta de 2,31% na moeda americana, para R$ 5,432, o maior patamar desde 16 de outubro. Esse movimento é um reflexo da volatilidade que as eleições podem trazer para o mercado.

A incerteza política gerada pela indicação de Flávio Bolsonaro como candidato oficial pode ter consequências práticas para o mercado, como a desvalorização da moeda brasileira e a alta dos juros. Isso pode afetar a economia como um todo, pois a alta dos juros pode desestimular investimentos e consumo. Além disso, a bolsa de valores pode sofrer com a aversão ao risco dos investidores, que podem optar por ativos mais seguros, como títulos públicos ou moedas estrangeiras. A expectativa é de que as eleições de 2026 tragam grande volatilidade para o mercado, com impacto em câmbio, juros futuros, na bolsa e na percepção dos mercados para 2027.

O cenário turbulento pode se repetir até as eleições, com investidores acompanhando de perto os movimentos políticos e econômicos. A percepção é de que a estabilidade política é fundamental para a economia, e que a incerteza pode trazer consequências negativas para o mercado. Portanto, é importante que os investidores estejam preparados para lidar com a volatilidade e ajustem suas estratégias de acordo com as mudanças no cenário político e econômico.