A Airbus foi forçada a revisar sua meta de entregas de aeronaves para o ano na quarta-feira, após descobrir que um fornecedor espanhol havia entregue painéis de aeronaves fora das especificações. A empresa europeia, que tem um valor de mercado de €155 bilhões (US$ 181 bilhões), admitiu que não alcançará mais sua meta anterior, o que teve impacto imediato nas ações da companhia, desencadeando o pior dia de negociação desde abril. O problema foi anunciado em uma semana em que a Boeing divulgou uma nota otimista sobre sua recuperação financeira, o que contrastou com as dificuldades enfrentadas pela Airbus.
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A revisão da meta de entregas da Airbus reflete os desafios que a empresa enfrenta na produção de aeronaves, incluindo a escassez de suprimentos e de trabalhadores, questões que se tornaram agudas após a pandemia. A Airbus depende de uma rede de fabricantes menores e instáveis, o que pode afetar sua capacidade de entregar aeronaves no prazo previsto. A empresa também solicitou uma revisão urgente de software para uma frota de cerca de 6.000 aeronaves A320, devido a uma possível falha na forma como os computadores interagem com os controles de voo. Além disso, um problema de qualidade em alguns painéis de metal que compõem a fuselagem do mesmo jato forçou uma inspeção rigorosa de mais de 600 unidades.
A Airbus não é a única empresa a enfrentar desafios na indústria aeroespacial. A Boeing oscilou de uma crise para outra no ano passado, mas recentemente divulgou previsões animadoras, incluindo entregas mais altas de seus modelos 737 e 787 no próximo ano e uma expectativa de gerar caixa novamente. A recuperação da Boeing contrasta com as dificuldades enfrentadas pela Airbus e mostra como o cenário pode mudar rapidamente em uma indústria que conhece apenas dois grandes players. A Airbus e a Boeing são as únicas duas grandes fabricantes de aeronaves comerciais do mundo, o que torna a concorrência entre elas ainda mais intensa.
Os problemas da Airbus podem ter implicações significativas para a indústria aeroespacial como um todo. A empresa é uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo e sua capacidade de entregar aeronaves no prazo previsto afeta não apenas a si mesma, mas também às companhias aéreas que dependem de suas aeronaves. A revisão da meta de entregas da Airbus e os problemas de qualidade em suas aeronaves podem afetar a confiança dos investidores e das companhias aéreas na empresa, o que pode ter consequências a longo prazo para a indústria.