A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida recentemente, é um fato importante que está repercutindo significativamente no ambiente político brasileiro. A avaliação do economista-chefe da XP Asset, Fernando Genta, é de que o isolamento de Bolsonaro tende a aprofundar as divergências internas na direita, levando a uma nova disputa pela definição das candidaturas de 2026. O processo tende a ser ruidoso, considerando o papel fundamental que o ex-presidente tem no contexto eleitoral.
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A análise de Genta se encontra inserida num contexto institucional complexo, onde as pesquisas mostram um nível de aprovação ao governo que historicamente tem beneficiado reeleições. Além disso, os temas de corrupção e violência, intensificados pela recente operação no Rio de Janeiro, voltaram a ocupar o centro do debate público e expõem vulnerabilidades da gestão federal nesses setores. No campo fiscal, Genta projeta que o governo precisará alterar a meta das estatais para acomodar um déficit maior, o que, na prática, também ajusta a meta fiscal da União. Este movimento reforça a percepção de um ambiente político mais travado, especialmente considerando que Genta não espera movimentos relevantes no Congresso até o fim do ano. Neste contexto, a economia brasileira é influenciada por fatores externos, como a inflação, que segue surpreendendo positivamente, sobretudo nos alimentos e nos bens industriais, beneficiados pelo câmbio mais favorável e pela deflação exportada da China. A XP manteve a projeção de 4,5% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025, mas Genta alerta que o cenário atual é resultado de uma “combinação perfeita”, difícil de se repetir no ano seguinte.
A inflação, um dos componentes que têm puxado os preços baixo, é influenciada pela queda nos seguros obrigatórios de automóveis, que acumulam recuo de 9,5% em três meses. Embora seja um item historicamente estável, Genta não tem certeza de que essa queda não se repita indefinidamente. O próprio Banco Central já manifestou a ideia de que a melhora é temporária. Durante o evento da GM no Ceará, o presidente da República afirmou que ampliar o poder de compra é essencial para reaquecer a economia, o que pode ser influenciado pela economia internacionais e a gestão dos países. Além disso, a leitura de que a desinflação ocorre em ritmo mais lento do que o esperado ganhou força, o presidente do Banco Central já afirmou que as variáveis caminham “na direção correta, mas em velocidade aquém da desejada”. Nesse sentido, as previsões sobre a economia brasileira estão sendo influenciadas por fatores internos e externos, reforçando a ideia de que o ambiente político é complexo e em constante mudança.