O valor dos títulos IPCA+ vem passando por altas significativas, comparáveis às do Ibovespa, devido à queda nos juros do Tesouro IPCA+. Essa redução nos juros significa um aumento no preço dos títulos e, consequentemente, um aumento no saldo de quem os possui em sua carteira. O IPCA+ 2040, que serve como uma boa referência por ter um prazo de vencimento nem muito curto nem muito longo, alcançou na manhã de quarta-feira a menor taxa do ano, com 6,86% de juro real, acima da inflação. Esse valor é abaixo dos 6,88% da última mínima, que ocorreu em julho, e representa uma queda rápida, considerando que em 14 de outubro a taxa estava em 7,44%. Essa mudança refletiu no preço unitário do título, que subiu de R$ 1.583 para R$ 1.737, uma alta de 9,5%.

A volatilidade dos títulos IPCA+ é diretamente proporcional ao seu prazo de vencimento, o que significa que quanto mais longo o vencimento, mais bruscas são as altas e baixas. Nesse momento de alta, o IPCA+ 2050 apresentou uma alta ainda mais expressiva, de 10,7%. Esses números são comparáveis aos 13% que o Ibovespa subiu no mesmo intervalo, demonstrando um rali significativo no mercado. A reação do juro de longo prazo no país tem sido influenciada pelos sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e pelos dados de inflação no Brasil, que alimentam as expectativas sobre cortes de juros. Lá fora, integrantes do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, reforçaram nas últimas semanas as indicações sobre uma potencial redução de 0,25 ponto percentual na reunião de 9 e 10 de dezembro.

A ferramenta CME FedWatch, que acompanha as apostas de investidores nos rumos da política monetária dos EUA, mostra que 89,2% do mercado espera um corte de juros pelo Fed na semana que vem. Nesta quarta-feira, o relatório da empresa ADP, que auxilia na compreensão da evolução do mercado de trabalho privado, mostrou um saldo líquido negativo, com o fechamento de 32 mil postos de trabalho em novembro. Como o Fed tem enfatizado que o foco dos atuais cortes tem sido as preocupações com o enfraquecimento do emprego nos EUA, esses dados aumentaram as expectativas de redução de juros na próxima semana. Além disso, está programada para esta semana a divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), o referencial de inflação preferido do Fed, que ganha significado especial devido ao momento de sua publicação, às vésperas da reunião da autoridade americana.

No Brasil, o Banco Central (BC) procurou afastar a esperança de um corte de juros já na semana que vem, mas os números de inflação têm reforçado a perspectiva de que o início do ciclo de cortes da Selic se aproxima. O mercado permanece atento às indicações de redução de juros tanto nos EUA quanto no Brasil, monitorando de perto as decisões do Fed e do BC, assim como os dados econômicos que podem influenciar essas decisões. A expectativa é de que a redução de juros possa ter um impacto positivo no mercado, incentivando investimentos e crescimento econômico. No entanto, a dinâmica econômica é complexa, e as mudanças nos juros podem ter efeitos variados em diferentes setores e na sociedade como um todo. Portanto, é fundamental continuar a acompanhar os desenvolvimentos econômicos e as decisões das autoridades monetárias para entender melhor os possíveis impactos no mercado e na economia.

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